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Quando o 'Amo-te' tem um 'Mas'

Atualizado: 8 de nov. de 2019

'Eu amo-te, mas gostava que fosses mais arrumado'


'Eu amo-te, mas gostava que te vestisses de outra forma'

'Eu amo-te, mas esperava que tirasses um curso superior. Assim, já não sei bem...'

'Eu amo-te...Mas'.

Quando o 'Amo-te' tem um 'Mas' é amor?


O conceito de amar pode ser complicado de definir e, às vezes, de compreender. Pode, obviamente, ser um conceito bastante subjectivo e, talvez por isso, não percebamos se o estamos a fazer, se o sabemos fazer. Saber amar, também se aprende. Aprende-se na relação e com o outro.


Às vezes, perguntamo-nos porque é que no início a relação amorosa corria 'tão bem' e 'de repente' deixou de fazer sentido e no lugar da paixão ficou um 'vazio'. Se calhar é mesmo isso, não passou de uma paixão com uma expectativa de amor futuro que passava por mudar o outro. Quantas vezes ouvimos frases como "eu achava que ele/ela ia mudar'" ou "eu achava que o podia mudar'' ?


Isto não acontece só nas relações amorosas. Também se verifica nas relações familiares/parentais. Quando um filho nasce, os pais criam expectativas e 'idealizam' a criança que gostariam de 'ter'. A questão é que quando um filho nasce, nasce um ser único que, muito provavelmente, nunca irá corresponder inteiramente a essas expectativas iniciais, pois vai seguir o seu próprio caminho e ser quem desejar, independentemente do 'caminho' que os pais acharem ser o 'mais adequado'. Por vezes, ao querer amar tanto um outro ser, acabamos por o 'sufocar' e impedir que ele 'caia e esfole os joelhos'. O amor acaba por se perder no meio desse sufoco e tornar-se em exigência, crítica e intolerância.


Amar é sem amarras. É a liberdade de deixar 'ser', deixar 'encontrar o caminho'. Amar é tolerar. Tolerar o outro tal como ele é, sem deixar de 'chamar à razão' quando necessário, mas não interferindo na liberdade da decisão final. Amar é não querer mudar ou moldar outro à semelhança ou aquilo que se entende como 'melhor' ou 'mais correto'. Amar é tolerar as diferenças e ainda assim querer conviver com elas. Amar é aceitar o outro como ser único. É estar ao lado , acompanhar o caminho e ajudar a crescer, crescendo também.



Amar é 'regar' a 'flor', ajudá-la a ganhar raízes e vê-la desabrochar.






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