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Há Bullying no Jardim-de-Infância?

Atualizado: 6 de jun. de 2023


O termo bullying refere-se a comportamentos agressivos e intencionais, que se repetem com frequência entre as mesmas crianças, ou seja, não se aplica a um desentendimento isolado.


É possível observar estes comportamentos no jardim-de-infância, mas apenas a partir dos 3 ou 4 anos podemos denominá-los de bullying. Antes desta idade, é comum que as crianças apresentem comportamentos agressivos por estarem em desenvolvimento e não dominarem outras formas de expressão (em particular, a linguagem).


Até aos 2 anos de idade, meninas e meninos, descobrem o mundo através dos sentidos e é comum que levem tudo à boca. Assim, morder um colega, não é uma atitude violenta, e sim um reflexo natural. Mesmo quando acontece intencionalmente, numa disputa por um brinquedo, não se trata de bullying, uma vez que não há um alvo constante, nem discrepância na relação de poder entre as crianças.

Naturalmente, o adulto presente deve desencorajar a briga e mostrar formas de resolver conflitos através da linguagem. Mas é fundamental não dar demasiada importância à agressão, nem punir muito rigidamente os envolvidos, pois nestas idades as crianças ainda não compreendem verdadeiramente que estão a provocar sofrimento no outro.


A partir dos 3 anos, a situação muda: as crianças têm a capacidade de compreender outro ponto de vista e, portanto, de sentir empatia; sendo a idade em que a agressão premeditada e intencional poderá começar.

Uma maneira de saber a diferença entre conflito “normal” e bullying é olhar para a intenção. Acidentalmente uma criança pode fazer mal a outra durante uma disputa, mas se uma criança agride porque se sente bem ao ver sinais de medo ou sofrimento na outra criança, isso é preocupante.


Numa situação de bullying, é comum que os adultos se centrem na criança agredida. Naturalmente, ela precisa de ser ajudada a perceber a situação e a desenvolver estratégias para se defender.

No entanto, também a criança que agride deve merecer a atenção dos adultos, pois determinadas atitudes podem ser consequência de não se sentir valorizada ou alvo da atenção que precisa. Pode ainda ter dificuldade em criar empatia e, nesse caso, precisa de ser ajudada a desenvolver esta competência, fundamental na relação com os outros.


A primeira infância é a fase ideal para ensinar a resolução saudável de conflitos (em oposição à violência), pelo que temas como respeito, cooperação e diálogo devem ser inseridos em casa e na escola.

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