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“Não gosto do meu corpo” - Sinais de alerta na adolescência

Com a puberdade, muitos jovens sentem-se confusos ou desconfortáveis com as suas alterações corporais. No caso das raparigas, há uma tendência natural para aumento de peso, acompanhada por perda de autoconfiança. Não apenas a opinião sobre o seu corpo piora, como a autoestima, no seu todo, diminui.

No verão aumenta a pressão que muitos já sentem para alcançar a imagem corporal “ideal”. É comum repararem mais nas suas formas, fazerem comparações com as amigas e fazerem comentários (alguns deles muito cruéis). Mas se o foco das suas preocupações do dia a dia estiver em demasia em aspetos corporais, pode levar a ansiedade excessiva, a tentativas desajustadas para mudarem a sua imagem e a alterações de comportamento.

Existem indicadores que poderão ajudar a perceber se a preocupação é normal ou prejudicial:

  • não gostar de se olhar ao espelho;

  • sentir-se inadequada ou crítica em relação ao seu corpo (“sou feia”; “as minhas coxas são demasiado gordas”);

  • comparar constantemente o seu corpo com o dos outros;

  • não querer sair de casa ou evitar fazer determinadas atividades devido ao seu aspeto ou ao que sente pelo seu corpo (“Não vou à praia com este corpo”);

  • ir à praia ou à piscina e manter-se vestida a maior parte do tempo;

  • estar obcecada em perder peso ou em mudar alguma parte do corpo em específico;

  • associar a comida a sentimentos de culpa ou vergonha;

  • associar o seu valor enquanto pessoa a uma imagem corporal negativa.

Se identifica estes sinais de alerta em alguém próximo de si, tente conversar com a jovem sobre as suas preocupações. Não as desvalorize nem critique!

  • Auxilie-a a ter uma visão mais realista sobre o seu corpo e a aceitar as alterações da puberdade. Partilhe experiências e o que sentia quando tinha a mesma idade.

  • Ajude-a a não sobrevalorizar os aspetos que a incomodam e a identificar a sua beleza, física e mental.

  • Alerte para o perigo de comparações do seu corpo com o das celebridades.

  • Incentive o envolvimento em atividades que não tenham a ver com o tamanho do corpo ou aparência.

  • Fomente o desenvolvimento de amizades com pessoas que valorizam a sua personalidade.

  • Ensine a preparar e comer refeições equilibradas e praticar atividade física.

  • Incentive a procurar informação fidedigna e profissionais que a possam auxiliar a ter um estilo de vida mais saudável com o estabelecimento de metas realistas.

  • Dê o exemplo, evitando comentários negativos sobre si própria e tendo comportamentos promotores de aceitação e de uma autoimagem positiva.


Uma baixa auto-estima e imagem corporal negativa são fatores de risco para o desenvolvimento de problemas psicológicos e comportamentos desajustados em relação ao corpo. Inclusivamente, as adolescentes e jovens até aos 20 anos são especialmente vulneráveis a desenvolver distúrbios alimentares (por exemplo: anorexia nervosa, bulimia nervosa).

Perante os sinais de alerta referidos, a atenção para esta problemática deverá ser redobrada e deverá ser equacionada a procura de ajuda profissional.


Raquel Carvalho

Psicóloga clínica

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