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Entrada no 1º ciclo - dicas para os pais

A entrada na escola primária é um marco importante na vida de toda a família e não é só para as crianças que o primeiro dia de aulas é encarado com alguma apreensão. Para os pais também é uma experiência nova, que exige mudanças na dinâmica familiar e ajustamentos de rotinas.

Surgem dúvidas e preocupações: “Estará o meu filho preparado? Será que vai ter dificuldades para aprender? Conseguirá estar atento à aula? Será que vai portar-se bem? Será que vai dar-se bem com os coleguinhas novos?”. Obviamente que estas inseguranças são naturais, mas podem variar consoante a família, a personalidade da criança e dos pais, bem como das experiências que tiveram anteriormente.

Sendo um dia marcante, o primeiro dia na escola primária, provoca reações diversas nas crianças, umas demonstram mais entusiasmo, outras, maior receio e inibição, o que é expectável, uma vez que situações novas e desconhecidas geram algum medo. Para os mais ansiosos é natural que nos dias (ou até semanas) que antecedem o regresso às aulas, o seu comportamento se altere, andando mais sensíveis, agitados, ou dormindo pior, por exemplo.


A forma como os pais lidam com a preparação para o primeiro dia de aulas influencia a postura da criança, uma vez que esta observa e aprende com o comportamento dos progenitores. Pais mais ansiosos e controladores e com dificuldades em se separar do filho podem, sem se aperceberem, passar-lhe alguma insegurança e ansiedade. A criança que percebe o sofrimento do pai ou da mãe vai ter dificuldade em se separar e se adaptar ao novo ambiente, além de poder sentir medo de abandono.

A tarefa de os acalmar, principalmente os filhos mais medrosos e inseguros, é desafiante. Nestes casos, o momento de deixar a criança na escola pela primeira vez é muito doloroso, tanto para o filho que se pode agarrar a si a chorar, como para os pais, que sentem o coração apertado e a lágrima no canto do olho ao saírem da escola.

Tente controlar as suas emoções, despedindo-se de forma habitual, com afeto, mas sem demoras nem hesitações. Quanto mais prolongar a despedida, mais difícil será. Relembre o seu filho das vantagens de mudança e diga-lhe uma frase securizante (“Estás seguro aqui e vais aprender muito. Mais logo vimos buscar-te. Diverte-te!”), seguida de um abraço.


No que diz respeito aos pais, para além de tentarem relaxar, relativizando as suas preocupações, e adotar uma postura segura, lembrem-se que é apenas uma nova etapa e que o seu filhote será capaz de se adaptar progressivamente. Caso contrário, fique atento à manifestação dos seguintes sintomas: preocupação persistente e excessiva, tristeza, choro fácil, queixas psicossomáticas (dor de cabeça, dor de barriga, náuseas ou vómitos), pesadelos, perguntas insistentes sobre o paradeiro dos pais ou possíveis acontecimentos adversos, impulsividade, ou até mesmo recusa em ir à escola. Caso verifique algumas destas manifestações durante várias semanas procure ajuda profissional, pois as reações de medo e ansiedade são normativas, porém quando são excessivas e desproporcionais podem comprometer a sua adaptação, relações com os pares, desempenho escolar e equilíbrio emocional.


Raquel Carvalho

Psicóloga clínica

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