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"O meu filho não me deixa ir embora..." - A ansiedade separação

A ansiedade é caraterizada por uma sensação de preocupação e tensão, e, portanto, o termo ansiedade-separação diz respeito à ansiedade sentida pelas crianças quando se separam do seu cuidador primário habitual (geralmente os pais). Uma ideia importante a reter é de que é normal que todas as crianças verbalizem, sintam ou manifestem uma certa ansiedade quando são afastadas dos cuidadores. O problema surge quando esta separação limita e inibe a criança de continuar as suas atividades por um longo período de tempo, tornando-se prejudicial, e podendo tratar-se, nestes casos, de uma perturbação.


Analisar e avaliar o comportamento da criança torna-se fulcral, principalmente nos momentos de despedida com as figuras significativas.


Comportamentos a considerar na criança:

- Angústia elevada aquando a separação dos cuidadores, expressada habitualmente através de choro e sendo habitual implorar de forma dramática para que não vão embora;

- Adiar a ida para a cama, não conseguir dormir fora de casa, ter pesadelos e pedir recorrente e insistentemente para dormir com os cuidadores;

- Preocupar-se excessivamente acerca da perda dos cuidadores, ou de possíveis situações negativas que lhe possam acontecer;

- Preocupar-se excessivamente quando antecipam uma separação;

- Resistir persistentemente em ir à escola ou a outro lugar em que saiba que os cuidadores não vão estar.

- Existirem sintomas somáticas associados (e.g., vómitos, náuseas, dores abdominais) quando antecipa a separação.


E o que pode despoletar esta resposta ansiosa por parte da criança?

Existem algumas situações ou experiências que poderão despoletar ou agravar os níveis de ansiedade separação, nomeadamente uma mudança de escola, de residência, a alteração de ambiente ou a morte de uma figura significativa.

Os comportamentos dos cuidadores primários também influenciam estas reações na criança, nomeadamente uma superproteção por parte dos pais ou cuidadores, assim como comportamentos que desencorajem a autonomia da criança.


A Psicologia ajuda a trabalhar estas questões, inicialmente ao perceber o que despoletou este comportamento, e posteriormente através de técnicas importantes que os cuidadores poderão realizar em conjunto com a criança. O foco da intervenção deverá ser a redução da ansiedade ao longo do tempo, através da compreensão dos seus medos e do condicionamento, sendo que a criança começará a aperceber-se de que o cuidador primário poderá ausentar-se durante algum tempo, mas que depois regressa sempre.


Iara Videira

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