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O fim de uma relação como processo de Luto

Atualizado: 8 de nov. de 2019

Admitir que uma relação terminou é um processo longo e difícil de gerir. É-nos complicado desistir de algo no qual colocámos tanto esforço e investimento de tempo e energia. Quebrar os hábitos e as rotinas que costumávamos ter com aquela pessoa e apagar as memórias existentes, não é algo que se faça ‘do dia para a noite’. Surgem sentimentos de desamparo, desespero, tristeza, fúria, culpa, rejeição, etc. Todas estas dificuldades tornam o divórcio num longo processo que se inicia muito antes de se falar na separação e se pode prolongar para além do divórcio oficial/legal.


Deste modo, para Wiseman, o divórcio pode ser visto como um processo de luto com várias fases:


Negação


Os elementos do casal afirmam que a adaptação à vida conjugal é satisfatória, apesar dos problemas ou admite a existência de dificuldades graves mas atribui-as a fatores externos (e.g., problemas económicos, filhos);


Perda e depressão


- Tomada de consciência da gravidade dos problemas conjugais e da urgência de lidar com os mesmos;

- Reação semelhante à de uma perda significativa: luto, depressão, solidão, incapacidade de comunicar com os outros;

- Se os elementos do casal forem incapazes de comunicar de forma positiva acerca destes sentimentos, a relação irá provavelmente terminar.


Raiva e ambivalência


- À medida que o divórcio se torna uma opção cada vez mais realista, os sentimentos de raiva aumentam;

- A raiva ocorre normalmente quando se têm que tomar decisões relativamente à custódia dos filhos ou outras questões práticas;

- Sentimentos de ambivalência/tentativas de reconciliação;

- Se a aceitação do divórcio não ocorrer nesta fase, a adaptação às fases seguintes irá ser dificultada.


Reorientação do estilo de vida e da identidade


- Reaparecimento e desenvolvimento de questões de identidade não resolvidas, colocadas de lado durante o casamento e, consequentemente, o desenvolvimento de uma nova identidade nas áreas mais afetadas pelo divórcio: pessoal, profissional, social e sexual.



Uma vez que o fim de uma relação/divórcio se equipara a um processo de luto é necessário estar atento aos sinais/sintomas que isso provoca em si, pois vários estudos indicam que indivíduos divorciados apresentam mais sintomas de depressão e ansiedade, mais problemas de saúde, maior uso de substâncias, e maior risco de mortalidade, comparativamente a indivíduos casados.


Tendo estes factores em conta, se sentir que não consegue ultrapassar este período de ´luto´ sozinho, procure apoio na sua rede social de amigos e/ou familiares, ou ainda, de um Psicólogo.

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