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Na escola disseram que o meu filho poderia ter um Atraso Mental, e agora?

Atualizado: 6 de jun. de 2023

A existência de uma suspeita de Atraso Mental é, muitas vezes, sinalizada com a entrada da criança no ensino pré-escolar ou escolar em que as educadoras verificam um atraso em relação às outras crianças, nomeadamente, ao nível da linguagem, do desenvolvimento motor e na aprendizagem. Havendo um sinal de alerta é importante que a criança seja consultada por uma equipa multidisciplinar com formação na área do neurodesenvolvimento para possível despiste de uma Perturbação do Desenvolvimento Infantil.


A Perturbação do Desenvolvimento Intelectual (PDI), anteriormente designada de Atraso Mental ou de Deficiência Mental, é dos diagnósticos mais difíceis de dar aos pais pelas dificuldades que a criança poderá vir a ter no seu funcionamento, abrangendo um conjunto de limitações e de necessidades de apoio. Os primeiros sinais de alerta poderão não ser percecionados logo nos primeiros anos de vida pelos pais sobretudo nas formas de PDI mais leves, daí que alguns sintomas como, aprendizagem mais lenta em usar, unir palavras e na construção de frases completas, o próprio desenvolvimento social empobrecido ou na dificuldade em aprender a vestir-se e a alimentar-se sozinho, poderá apenas ser entendido quando a criança chega ao ensino pré-escolar ou escolar e se mostra incapaz de corresponder às expetativas para a sua idade. Existem, portanto, dentro da PDI, diferentes níveis de gravidade, deixando de se basear no nível de quociente de inteligência, como era anteriormente critério do Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais (DSM-IV), passando a ser definido no DSM-5, de acordo com o funcionamento/comportamento adaptativo, correspondendo assim 4 tipos de gravidade: leve, moderada, grave e profunda.


O comprometimento do funcionamento intelectual presente na Perturbação do Desenvolvimento Intelectual, embora esteja afetado de um modo global, o comportamento adaptativo poderá trazer diferentes implicações a outros domínios, nomeadamente, conceptual, social e do funcionamento prático, necessitando desta forma, de uma avaliação detalhada das várias áreas, em função da idade do sujeito, da sua experiência e ambiente familiar e comunitário envolvente, nomeadamente, ao nível da motricidade, linguagem, cognição verbal e não verbal, funções executivas, socialização, aprendizagem, autonomia, comportamento e emocionalidade.

A possibilidade de aceder às várias áreas do sujeito permite assim estabelecer um perfil de funcionamento global e elaborar um programa de intervenção estruturado e individualizado que, só será possível através de uma equipa multidisciplinar que abranja diferentes valências, nomeadamente: Pediatria, Neuropsicologia, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Psicomotricidade.


Como tal, após um diagnóstico de PDI é imperativo a elaboração de um programa de intervenção eficaz que, para além dos objetivos terapêuticos de estimulação, capacitação ou reabilitação da criança, tendo em conta a sua situação particular deve ter em consideração a integração dos pais no plano de intervenção, assim como, a escola como um elemento fundamental no processo de integração da criança.


Encontrar a ajuda profissional para o seu filho não só poderá ajudar no seu desenvolvimento cognitivo, psicomotor, linguístico e social, como também na sua integração na comunidade, promovendo competências que lhe trarão maior autonomia e qualidade de vida.





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