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"Já tens namorado(a)?"


Desde cedo, muitas vezes ouvimos esta pergunta ecoar nas nossas cabeças ou nós próprios já a poderemos ter feito a alguma criança. Mas será que numa idade tão precoce, como por exemplo em idade pré-escolar faz sentido reforçarmos tal questão?


A criança tem direito a ter afinidades e preferências, mas isso não quer dizer que elas namorem propriamente. Muitas vezes são os próprios adultos que catalogam uma amizade de amor ou de namoro, quando na realidade se trata de uma amizade e descoberta normal e saudável para um bom desenvolvimento evolutivo e que se deve dar nome a esses sentimentos, não criando confusão de termos.


É importante salientar que gostar de alguém é algo muito bom mas que exige também responsabilidade e limites. Quando a família valoriza a afetividade e demonstra os sentimentos, ou seja, promove a inteligência emocional desde cedo é natural que a comunicação a cerca dos sentimentos dos filhos relativamente a outros surja, criando uma excelente oportunidade para questionar e tirar dúvidas. Os pais podem mostrar que a comunicação desses sentimentos é importante e não há prejuízo no desenvolvimento por si só, em a criança falar de “namoro”. No entanto, deixar que não sejamos nós adultos a induzir desde logo o conceito sob pena de deturpar o mesmo.


Mas então em que idade falamos em namoro propriamente dito?

Não há uma resposta única e certa mas, mais importante que a idade cronológica cabe aos pais ou figura significativa de referência, compreender como está o desenvolvimento do seu filho em termos de maturidade. Claro que essencialmente na adolescência o gostar de alguém se destaca de modo mais significativo.


E o que podem aprender os filhos com o relacionamento dos seus pais?

A perceção que as crianças e jovens têm do(s) relacionamento(s) dos seus pais (ou outros significativos) terá um contributo fundamental na fase de descoberta de outro alguém. Se o casal comunica de forma honesta entre si e com os filhos, provavelmente dá espaço para que estes, sobretudo na fase da adolescência se sintam mais confortáveis em partilhar as dúvidas e os sentimentos. Claro que nestas temáticas, a vergonha pode ser normativa e os pais devem demonstrar o respeito pelo momento em que o mesmo partilha ou mesmo se este não quer partilhar.


E quando os pais proíbem o(a) filho(a) de namorar? Será que o “fruto proibido é o mais apetecido?” Muitas vezes sim, no entanto por vezes mais do que a tentativa de quebrar a proibição instaurada ou provocar os pais, o perigo pode ser o começar a privilegiar o uso da mentira para não desiludir os mesmos e fugir de alguma possível consequência/castigo.

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