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Devemos evitar a tristeza e a raiva nas crianças?

As emoções são respostas psicofisiológicas do nosso corpo a estímulos externos ou internos, e a sua identificação torna-se essencial para conseguirmos geri-las da forma mais adequada e adaptativa possível. As emoções são um meio natural de avaliar o ambiente que nos rodeia e de reagir de forma saudável, e podem ser vistas como o guia que nos orienta no mundo, auxiliando-nos nas nossas interpretações.

Contudo, emoções como a tristeza e a raiva tendem a ter uma conotação bastante negativa. Por vezes existe a tendência de mascarar estas emoções quando as crianças o demonstram, o que à primeira vista é compreensivo porque ver uma criança triste pode tornar-se desesperante. No entanto, quando existe esse comportamento da parte do adulto, a criança começa a aprender que deve reprimir esse tipo de emoção e observa-se uma superproteção que não é saudável, uma vez que as crianças devem poder explorar o seu ambiente.


Desta forma, é aconselhado normalizar a situação e ajudar a criança a perceber que emoção estará a sentir, assim como identificar a razão que desencadeou aquele estado. A identificação e aceitação das emoções permite a que a criança tenha um melhor controlo nos seus impulsos, tornando-se menos agressiva. Só posteriormente a estas etapas é que deve haver uma exploração do que a criança poderá fazer para se sentir melhor.

Por outro lado, também devemos quantificar, sendo que se a tristeza, a raiva ou medo forem demasiado intensos, então aí devemos avaliar e intervir. A expressão destas emoções deve ser passageira e não deve limitar por completo o dia a dia da criança.

Ajude a criança a identificar e processar emoções! Como?

- Explique que a tristeza, a alegria, o medo, a raiva e a aversão são as nossas emoções básicas.

- Explique, de forma simples, que cada emoção tem diferentes funções, e que todas são adaptativas e saudáveis (se não forem descontroladas):

o medo protege-nos do perigo;

a alegria dá-nos pistas de que situações nos fazem sentir bem;

a raiva protege-nos de ameaças e injustiças;

a tristeza dá-nos pistas de que situações nos fazem sentir mal;

a aversão dá-nos dicas do que não gostamos.

- Ajude a identificar os sinais corporais que surgem de determinada emoção (e.g., “quando estás feliz não te apetece sorrir?”; “quando estás ansioso ou com medo o teu coração não começa a bater mais rápido?”)

- Explique, de forma lúdica (e.g., com recurso a imagens, bonecos), como as expressões faciais demonstram as nossas emoções e nos dão pistas de como nos sentimos;

- Incentive-a a identificar as emoções que as personagens dos desenhos animados ou dos filmes estarão a sentir, e auxilie quando esta identificação parecer difícil.

Uma grande vantagem na identificação e regulação emocional é o desenvolvimento da empatia, que é caraterizada pela capacidade de se pôr no lugar do outro e de identificar o que estará a sentir. Por isso, não queremos reprimir, ignorar ou acumular as emoções! Queremos sim ser capazes de processá-las e responder-lhes da forma mais adaptativa e saudável possível.

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