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Afeto e autoridade...


Afeto e autoridade devem andar de mãos dadas, pois dizer “Não” é sinal de amor.

É também sinal de preocupação, pois nem sempre os pedidos da criança favorecem a sua saúde ou o seu bem-estar e é sinal de que os pais acreditam que a sua criança tem (ou terá) capacidade de autocontrolo, fundamental para tolerar frustrações, as quais fazem parte da vida.


É normal as crianças pedirem tudo, faz parte do impulso de satisfação das necessidades. Mas os pais que estabelecem regras e limites, transmitem ao seu filho que estão lá para o proteger, para o ensinar a autocontrolar-se, enquanto ele ainda não o consegue fazer sozinho.

As crianças que crescem sem limites não desenvolvem dispositivos psíquicos para lidar com a insatisfação, e têm maior probabilidade de se tornar adultos com dificuldade de relação com os outros, o que acarreta problemas a nível pessoal e profissional.

Dizer “Não” estimula também a criatividade: “se não posso jogar tablet, vou ler um livro, vou jogar à bola”, característica fundamental ao longo da vida.


Não se trata de impor um ambiente familiar autoritário, mas antes de ensinar as “regras do jogo social”, da vida em sociedade, as quais devem ser explicadas, para que façam sentido para a criança.

Proibições, limites e regras são indispensáveis, mas devem incidir sobre o que as crianças fazem e nunca sobre o que elas são (a criança não é má ou “feia”, o seu comportamento é que pode ter sido mau ou feio).


Para que os pais consigam dizer “Não” têm que estar seguros do seu papel e aí reside muitas vezes o problema. Os pais sentem que não passam tempo suficiente com os filhos e custa-lhes, nas poucas horas em família, estar permanentemente a entrar em conflito com a criança. Outras vezes, os pais estão cansados do seu dia de trabalho e não têm a energia e criatividade necessárias para gerir as crianças, cuja energia parece inesgotável!


Naturalmente, o tempo com os filhos é fundamental para que se estabeleça um vínculo afetivo forte e de confiança. Sendo assim, os pais devem priorizar alguns comportamentos quando chegam a casa com os seus filhos. Ficam algumas dicas:

- Esquecer o telemóvel, tablet e afins, até que os filhos vão dormir.

- Jantar em família, sem televisão. O jantar não é apenas o momento da refeição, é também um momento de convívio e de partilha do que aconteceu ao longo do dia. Este hábito deve ser incutido desde que as crianças aprendem a falar!

- Realizar as tarefas domésticas ou trabalho, após deitar as crianças.


Pôr em prática estas recomendações não é tarefa fácil nos tempos que correm, mas se os pais o conseguirem fazer na maior parte dos dias, sentir-se-ão mais confiantes do seu papel e o “Não” provavelmente não irá acarretar tanta culpabilidade.

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